quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Traficavam mulheres e obrigavam-nas a prostituírem-se


A Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro anunciou, esta segunda-feira, a detenção, na zona da Mealhada, de duas mulheres e um homem suspeitos da prática do crime de tráfico de pessoas.

As detenções ocorreram na sequência da realização de buscas domiciliárias, no âmbito de uma investigação que visava a identificação e desarticulação de um grupo criminoso alegadamente envolvido no tráfico de mulheres que eram encaminhadas para a prostituição.

De acordo com a PJ, os três detidos são responsáveis pela introdução, em território nacional de, pelo menos, uma cidadã estrangeira, com 19 anos de idade, compatriota dos mesmos, a quem obrigavam a prostituir-se em locais de circulação rodoviária.

«A vítima foi atraída, através da Internet, ao nosso país com falsas promessas de uma vida em comum e trabalho legítimo, sendo, após a sua chegada, coagida a prostituir-se, após lhe terem retirado os seus documentos de identificação», adianta a PJ.

Na ação levada a cabo, foi possível recuperar a documentação da vítima, ainda na posse dos suspeitos. As duas mulheres detidas têm 38 e 50 anos de idade e não têm qualquer ocupação profissional, enquanto o homem, de 33 anos de idade, exerce, esporadicamente, a atividade de sucateiro.

A dois dos detidos foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva, ficando a detida mais velha sujeita à obrigação de apresentações periódicas às autoridades. (Fonte TVI)

PJ identifica angariadores de escravos


A Polícia Judiciária identificou sete indivíduos que ao longo dos últimos anos recrutavam pessoas para explorações agrícolas em Espanha.

Até ao momento, segundo apurou a TVI, as autoridades conseguiram resgatar 15 homens da zona da Beira Alta, que sobreviviam sem salários e em condições degradantes.

Pode consultar aqui a vídeo reportagem.

Valongo: escravizados por feirantes em «campo de concentração»


Um juiz de Valongo que em meados deste mês decretou prisão preventiva para dois feirantes, por indícios de escravizarem pelo menos quatro homens fragilizados, considerou que os arguidos criaram às vítimas situações «a roçar» a dos campos de concentração.

No auto de interrogatório dos arguidos, a que Lusa teve agora acesso, o magistrado assinalou que a conduta dos arguidos, mãe e filho, denotou «um profundo desrespeito pela vida e dignidade humanas, a roçar um quase gueto ou situação de campos de refugiados ou de campos de concentração, que a história infelizmente tem vindo a repetir».

A arguida Carminda alegou agir «por caridade» ao recrutar homens que trabalhavam a troco de nada ou quase nada, sujeitos a maus-tratos, coacção e ameaça e privados de documentos de identificação, mas os argumentos não convenceram o juiz.

Entre os que se iludiram com promessas de emprego «a ganhar bem», aceitando trabalhar para os arguidos numa sua propriedade de Campo, Valongo, conta-se Carlos Silva, um homem com problemas psicológicos, institucionalizado num lar de Guimarães em regime semiaberto.

O que ganhou, afinal, foram ameaças («Se fugires daqui e fores à polícia, vamos apanhar-te e dar-te dois tiros»), mas, dias depois, conseguiu remediar a situação, fugindo e contando tudo à polícia.

Foi, apesar de tudo, um calvário bem menos longo que o do imigrante Ivan Tymosho, que foi sujeito a mais de dois anos de trabalho escravo (entre Julho de 2007 e Novembro de 2009), depois de lhe reterem o passaporte, a pretexto de legalizarem a sua situação laboral.

Conforme descrevem os autos, tinham-lhe prometido emprego a troco de alojamento, alimentação e transporte e 500 mensais e deram-lhe 50 euros, faziam-no pernoitar numa garagem, sem condições de habitabilidade e higiene e agrediam-no porque «não se dedicava suficientemente aos trabalhos que lhe eram destinados».

Carlos Craveiro, que dormia ao relento em Vieira do Minho e padecia de epilepsia, foi outro engajado pelo grupo.

Nunca lhe pagaram um tostão e à noite era trancado num quarto com José Vieira, que também padecia de epilepsia, não tinha qualquer retaguarda familiar e sobrevivia de biscates, antes de os arguidos o submeterem a trabalho escravo.

Às autoridades, contou que trabalhava de sol a sol em Valongo, mas também em Espanha, e garantiu que foi vítima de agressões.

O caso de esclavagismo acabou em 13 de Julho passado, quando a Polícia Judiciária passou a pente fino a propriedade de Valongo e encontrou armas não licenciadas, munições e muitos documentos bancários provenientes de uma exploração laboral «já com uma significância quantitativa considerável e geradora de lucros avultados».(Fonte TVI)

Inglaterra: polícia descobre 24 escravos


Chegaram a viver em canis. Algumas delas eram exploradas há 15 anos

No Reino Unido foram libertadas 24 pessoas mantidas como escravas num acampamento de caravanistas. Antes estiveram em canis e boxes de cavalos.

Quatro indivíduos, todos da mesma família, foram detidos pela polícia britânica no passado domingo. Foi também detida uma mulher, libertada sob fiança, devido a uma gravidez já avançada.

Quase todos os libertados são ingleses ou naturais de países do Leste europeu. As autoridades acreditam que algumas vítimas eram mantidas nestas condições há 15 anos. As vítimas são na maioria sem-abrigo e outras pessoas fragilizadas a quem os supostos criminosos enganavam com promessas de trabalho, casa e comida.

O caso que está a chocar a Inglaterra, mas, para alguns dos «libertados» tudo não passa de uma mistificação das autoridades. Há, no entanto, quinze que estão a receber tratamento por má nutrição e outros problemas médicos.

A polícia suspeita que é o maior caso de escravidão descoberto no país nas últimas décadas.

Veja aqui o reportagem